domingo, 16 de outubro de 2011


Manual dos Gatos

Faça do mundo o seu playground.


Sempre que não der tempo de ir até a caixa sanitária, cubra com qualquer coisa! Meias resolvem satisfatoriamente.


Quando estiver com fome mie bem alto! Eles o alimentarão apenas para fazê-lo ficar quieto.


Sempre encontre algum raio de sol e cochile nele.


Cochile sempre.


Quando estiver encrencado, apenas ronrone e faça cara de "lindinho".


A vida é muito difícil, então cochile.


A curiosidade nunca matou nada, a não ser umas poucas horas.


Quando na dúvida, finja saber o que está fazendo.


O tempero da vida é variar. Um dia, ignore as pessoas, no outro as chateie.


Suba na vida, é para isso que as cortinas servem.


Deixe sua marca no mundo, ou ao menos borrife em cada canto.


Seja sempre generoso, um passarinho ou camundongo deixado na cama diz a eles " eu me importo".


Autoria Desconhecida


Porque Os Gatos São Melhores Que As Pessoas

Gatos não se sentem ameaçados por uma mulher de cabelos curtos, ou um homem de cabelos compridos.


Gatos não se preocupam se você é alegre ou divertido.


Gatos não se importam com que religião você tem.


Gatos não se preocupam com suas opiniões políticas.


Gatos não se sentem ameaçados se você ganha mais do que eles.


Gatos não se preocupam se você raspa as pernas ou não.


Gatos não vêem nenhum problema em demonstrar carinho pelo seu melhor amigo.


Gatos não têm problemas para expressar afeto em público.


Gatos não se preocupam em usar a última moda.


Gatos não se incomodam se você usar a mesma camisa dias a fio.


Gatos não encherão a cara e desmaiarão no chão do banheiro.


Gatos não lêem o seu jornal, nem o recortam antes que você leia.


Gatos não se vangloriam das suas conquistas amorosas.


Gatos não corrigem suas histórias.


Gatos nunca reclamam que você não os acaricia o suficiente.


Gatos não reclamarão se você não faz a cama ou o faz de qualquer jeito.


Gatos não se incomodam se a tampa do vaso está abaixada ou não.


Gatos não criticam seus amigos.


Gatos não se sentem ameaçados pela sua inteligência.


Gatos não mentem nunca pra você.


Gatos não inventam histórias.


Gatos não praticam matanças contra sua própria espécie.


Gatos não ligam se você tem o hábito de controlar tudo.


Gatos nunca irão te bater.


Gatos não censuram sua imaginação.


Gatos são sempre limpos.


Gatos raramente interferem nos direitos dos outros.


Gatos não se incomodam com o seu peso.


Gatos nunca usarão drogas ou formarão uma quadrilha.


Gatos nunca tomarão posse do seu controle remoto.





Autoria Desconhecida




sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O Gato Feio


O Gato Feio
Todos no prédio de apartamentos onde eu morava sabiam quem era o Feio. Feio era o gato vira-lata do bairro.
Feio adorava três coisas neste mundo: brigas, comer lixo e digamos, amor. A combinação destas três coisas, adicionada a uma vida nas ruas, tinham causado danos em Feio.
Pra começar, ele só tinha um olho, e no lugar onde deveria estar o outro olho, havia um buraco fundo. Ele também havia perdido a orelha do mesmo lado, e seu pé esquerdo parecia ter sido quebrado gravemente no passado, e o osso curara num ângulo estranho, fazendo com que ele sempre parecesse estar virando a esquina. Feio havia perdido a cauda há muito tempo, e restava apenas um toco de cauda grosso, que ele sempre girava e torcia.
Todos que viam Feio tinham a mesma reação:
"Mas que gato feio!"
As crianças eram alertadas para não tocarem nele. Os adultos atiravam pedras nele, jogavam-lhe água com a mangueira para espantá-lo, o enxotavam quando ele tentava entrar em suas casas, ou imprensavam suas patas na porta quando ele insistia em entrar.
Feio sempre tinha a mesma reação.
Se você jogasse água nele com a mangueira, ele não saía do lugar, ficava ali sendo ensopado até que você desistisse. Se você atirasse coisas nele, ele enroscava seu corpinho magricela aos seus pés, pedindo perdão.
Sempre que via crianças, ele surgia correndo, miando desesperadamente e esfregando a cabeça em todas as mãos, implorando por amor. Quando eu o apanhava no colo, ele imediatamente começava a sugar minha blusa, orelhas, ou o que encontrasse pela frente.
Um dia, Feio quis dividir seu amor com os huskies do vizinho. Eles não eram amistosos e Feio foi ferido gravemente. Do meu apartamento, eu ouvi seus gritos e corri para tentar ajudá-lo.
Na hora em que cheguei onde ele estava caído, parecia que a triste vida de Feio estava se esvaindo...
Feio estava caído em uma poça, suas pernas traseiras e suas costas estavam totalmente disformes, um corte fundo na listra branca de pêlo atravessava seu peito. Quando eu o apanhei e tentei levá-lo para casa, ele fungava e engasgava, podia senti-lo lutando para respirar.
"Acho que o estou machucando muito", eu pensei. Então, eu senti a sensação familiar de Feio chupando minha orelha - em meio a tamanha dor, sofrendo e obviamente morrendo, Feio estava tentando sugar minha orelha.
Eu o puxei para perto de mim e ele esfregou a cabeça na palma da minha mão, olhou-me com seu único olho dourado e começou a ronronar.
Mesmo sentindo tanta dor, aquele gatinho feio, cheio de cicatrizes de suas batalhas, estava pedindo um pouco de carinho, talvez alguma comiseração. Naquele instante, achava que Feio era o gato mais lindo e adorável que eu já tinha visto. Em nenhum momento, ele tentou me arranhar ou morder, nem mesmo tentou fugir de mim, ou rebelou-se de alguma maneira. Feio apenas olhava para mim, confiando completamente que eu aliviaria sua dor.
Feio morreu em meus braços antes que eu entrasse em meu apartamento.
Eu me sentei e fiquei abraçada com ele por muito tempo, pensando sobre como este gato vira-lata deformado e coberto de cicatrizes havia mudado minha opinião sobre o que significava a genuína pureza de espírito e sobre como amar incondicionalmente. Feio me ensinara mais sobre doação e compaixão do que qualquer ser humano.
E eu sempre lhe serei grata por isto.
Chegara a hora de eu seguir em frente e aprender a amar verdadeira e incondicionalmente. Chegara a hora de dar meu amor para aqueles que me eram caros, mesmo que meus olhos nunca tivessem visto nenhum deles...
As pessoas acham mais fácil e mais prazeroso amar o belo, o perfeito, senotarem que os feios, os tortos, os mancos, enfim os deformados sejam de corpos, mentes ou almas, também podem e merecem serem amados...
Se vocês pudessem avaliar ou sentir como é quente e gostoso o abraço de alguém feio e antipático, de alguém deformado e que foge as regras e padrões de beleza...
se vocês se permitissem essa sensação, talvez entenderiam e veriam os tantos "gatos feios" que a vida lhes coloca diante dos seus olhos todos os dias e vocês se negam a enxergá-los...
Muitas pessoas querem ser influentes, querem acumular dinheiro, querem ser bem sucedidas, queridas, simpáticas ou belas... Quanto à mim, eu sempre tentarei ser como o Feio...
Passarei minha vida pedindo amor, mendigando um pouco do seu tempo, esperando pelo seu carinho, contando com sua compreensão, e pacientemente aguardando o dia de ser devorada pelos "Huskies"...
Se tiver sorte terei alguém que me pegue no colo e me faça um carinho antes do meu último suspiro...
Neste mundo cheio de intolerâncias devemos espalhar mais respeito aos demais seres viventes, sejam eles da mesma raça, mesma religião, mesma etnia que nós , ou não, sejam feios ou bonitos aos nossos olhos tão desacostumados a ver, ou nossos ouvidos, que ainda não aprenderam a ouvir a real mensagem de Deus.
Autoria Desconhecida

segunda-feira, 11 de julho de 2011

De um cão acorrentado ao seu dono

Querido "dono",

Consegui que
escrevessem esta carta por mim. Nem sabes a alegria que sinto por poder
comunicar contigo. Todos os dias, desde aquele dia longínquo em que me
colocaste a corrente no pescoço e me prendeste neste espaço, eu sonho
que venha me visitar e fazer festinhas como me fazias quando eu era um
bebê. Eu sonho que venhas conversar comigo, não entendo muito bem o que
me dizes, mas nem imaginas como adoro ouvir o som da tua voz!


Eu sei que
fiz algo de errado, senão certamente não me terias colocado aqui.
Desculpa! Não quero ser exigente mas começa a doer ter esta corrente
atada ao meu pescoço. Às vezes tenho o pescoço dormente, e outras vezes
tenho muito comichão e nem consigo coçar! Sinto o seu peso todos os
dias, o peso da solidão que me prende.


Tenho vontade
de esticar as pernas e correr...e como eu gostava de poder fazer isso
contigo! Adorava que me atirasses umas bolas, aí eu podia mostrar-te
como sou rápido a correr e como as trazia rapidamente. Gostava de poder
ver o que tu vês, o mundo lá fora é muito grande? E existem outros como
eu?


Ás vezes
tenho sede e alguma fome mas eu aguento em silêncio porque sei que assim
que poder virá dar-me comida e água, sei que fazes o que podes, eu não
quero incomodar, mas sabes, por vezes gostava de ter um pouco da tua
companhia.


Sei que
talvez alguém te tenha dito que eu não tenho sentimentos, mas olha que é
mentira! Nem imaginas quanta alegria sinto quando alguém me toca ou se
dirige a mim. Nem sabes quanta tristeza e solidão pesa em mim nas longas
horas que não vejo ninguém. Nem sabes o medo que por vezes sinto no
Inverno aqui sozinho, e tenho tanta vontade de estar perto de ti.


No outro dia
passaram aqui umas pessoas estranhas e puseram-se a olhar cá para dentro
e a apontar para mim, riam e atiravam umas pedras na minha direção.
Queriam vir fazer-te mal. Acertaram-me com uma na pata e ontem não
consegui levantar-me , mas eu afuguentei-as logo com o meu ladrar. Eu
não quero que ninguém te venha fazer mal…e não quero que te zangues
comigo, eu prometo fazer melhor por ti.


Eu sou o teu
amigo mais fiel, nunca te irei trair, não guardo rancor, e não tiro
nunca o lugar de ninguém, será que tens mais amigos assim no teu mundo?
Só queria um pouco mais da tua atenção e amor, uma cama quente no
inverno, um local fresco no verão e o teu cheiro a entrar-me nas narinas
todos os dias, seguido de um sorriso e uma festa no meu velho lombo.


Eu sei que um
dia tu irás chegar aqui e tirar a corrente, e dar-me tudo isto, até lá
eu fico quieto á espera. Só não demores muito meu "dono", porque estou a
ficar velho e começo a ver e ouvir mal. Faltam-me forças e não quero
ir, sem viver um pouco contigo.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

PEDIDO DE UM CÃO

Autor: desconhecido

Não sei por que me desprezas,E procuras me maltratar,
E quando tenta gostar de mim,Acabas por me detestar.
Não o culpo totalmente,Mas também não te dou razão,Posso não ser homem,Mas me orgulho de ser Cão.
Sei que tu foste feito,A imagem de teu Senhor,Mas não esqueças que Ele,Também foi meu criador.
Aqui na terra fui posto,Para ser teu melhor amigo,Por quê agora te tornas,Meu maior inimigo?
Não peço que tu me ames,Mais que ao teu semelhante,Só peço que não me desprezes,De modo triste e humilhante.
Tu tens o Dom da Fala,Eu o Dom de Latir,E com apurados ouvidos,O mal, posso pressentir.
Posso ser teu companheiro,Posso ser um caçador,Podes me usar pra tudo,Até guarda e protetor.
Quando exausto, tu chegas,Todos podem te abandonar,Mas eu, nunca esqueço,De minha cauda abanar.
Todos os teus amigos,Te amam e te querem bem,Mas só, enquanto os amares,E lhes fizeres o bem...
Porém eu sou diferente,Só te recebo, com alegria,Mesmo quando me tratas,Com frieza e grosseria.
Quando ao deitar, pedes a Deus,Que protejas o teu Lar,E que não permitas,Que ladrão, o venha roubar.
Porém esqueces que Deus,Pode até usar um Cão, Como usou, Jesus, certa vez
A jumenta de Balão...
Por isso ,creias que Deus,Pode também me usar,Para enfrentar o malfeitor,E com minha vida, defender teu Lar.
Não tentei ser um poeta,Pois não passo de um Cão,Só desejo que me trates,Com carinho e consideração...

Eu sinceramente tenho vergonha desse mundo em que vivemos...

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Diário de um cão

1ª Semana:
Hoje faz uma semana que nasci! Que alegria ter chegado a este mundo!


1º Mês:
A minha mãe cuida muito bem de mim. É uma mãe exemplar!


2º Mês:
Hoje separaram-me da minha mãe. Ela estava muito inquieta e com os seus olhos disse-me adeus como que esperando que a minha nova “família humana” cuidasse bem de mim, como ela havia feito.


4º Mês:
Cresci muito rápido. Tudo chama à minha atenção. Existem crianças na casa, são como “irmãozinhos”.


5º Mês:
Hoje castigaram-me. A minha dona zangou-se porque fiz xixi dentro de casa... Mas nunca me disseram onde eu deveria fazer. E como durmo na marquise, não aguentei!


6º Mês:
Sou um cão feliz. Tenho o calor de um lar, sinto-me seguro e protegido... Creio que a minha família humana me ama muito... Quando estão a comer convidam-me também. O pátio é só para mim e eu estou sempre a fazer buracos na terra, como os meus antepassados lobos, quando escondiam comida. Nunca me educam! Seguramente porque nada faço de errado!


12º Mês:
Hoje completei um ano. Sou um cão adulto e os meus donos dizem que cresci mais do que eles esperavam. Que orgulhosos devem estar de mim!!!


13º Mês:
Como me senti mal hoje... O meu “irmãozinho” tirou-me a minha bola. Como nunca toco nos seus brinquedos, fui atrás dele e mordi-o, mas como os meus dentes estão muito fortes, magoei-o sem querer. Depois do susto, prenderam-me e quase não me posso mover para tomar um pouco de sol. Dizem que sou ingrato e que me vão deixar em observação (certamente não me vacinaram)... Não entendo o que está a acontecer.


15º Mês:
Tudo mudou... vivo preso no pátio... na corrente... Sinto-me muito só.... a minha família já não me quer... às vezes esquecem-se que tenho fome e sede e quando chove não tenho tecto para me tapar.


16º Mês:
Hoje tiraram-me a corrente. Pensei que me tinham perdoado...Fiquei tão contente que dava saltos de alegria e o meu rabo não parava de abanar. Parece que vou passear com eles. Entrámos no carro e andámos um grande bocado. Quando pararam, abriram a porta e eu desci a correr, feliz, crendo que era um dia de passeio no campo. Não entendo porque fecharam a porta e se foram embora... “Esperem!!!” – Lati. Esqueceram-se de mim! Corri atrás do carro com todas as minhas forças... a angustia aumentou ao perceber que o carro se afastava e eles não paravam. Tinham-me abandonado...


17º Mês:
Procurei em vão encontrar o caminho de volta a casa. Sento-me no caminho, estou perdido e algumas pessoas de bom coração olham-me com tristeza e dão-me de comer... Eu agradeço com um olhar do fundo da minha alma. Porque não me adoptam? Eu seria leal como ninguém. Porém apenas dizem “Pobre cãozinho, deve estar perdido.”.


18º Mês:
No outro dia passei por uma escola e vi muitas crianças e jovens como os meus “irmãozinhos”. Cheguei perto deles e um grupo, aos risos, atirou-me uma chuva de pedras – para ver quem tinha melhor pontaria. Uma dessas pedras atingiu um dos meus olhos, e desde então não vejo.


19º Mês:
Parece mentira, mas quando eu estava mais bonito as pessoas compadeciam-se mais de mim... Agora que estou mais fraco, com aspecto mudado... perdi o meu olho, as pessoas tratam-me aos pontapés quando pretendo deitar-me à sombra.


20º Mês:
Quase não me posso mexer. Hoje ao atravessar a rua por onde passam os carros, um deles atropelou-me. Pelo que sei estava num lugar seguro chamado sarjeta, mas nunca me vou esquecer do olhar de satisfação do motorista ao faze-lo. Oxalá me tivesse morto... Porém só me partiu as pernas. A dor é terrível, as minhas patas traseiras não me respondem e com dificuldade arrastei-me até uma moita de ervas completamente fora da estrada. Não me posso mover, a dor é insuportável, nunca me abandona. Sinto-me muito mal, estou num lugar úmido e parece que o meu pêlo está a cair. Algumas pessoas passam e não me vêem; outras dizem “Não te aproximes”. Já estou quase inconsciente. Porém uma força estranha fez-me abrir os olhos. A doçura da sua voz fez-me reagir. “Pobre cãozinho, como te deixaram”, dizia. Junto a ela estava um senhor de roupa branca que começou a tocar-me e disse “Minha senhora, infelizmente este cão não têm remédio que o salve, o melhor é que deixe de sofrer”.
A gentil senhora consentiu com os olhos cheios de lágrimas. Como pude, mexi o rabo e olhei para ela, agradecendo por me ajudar a descansar... Senti somente a picada da injecção e dormi para sempre, pensando em porque nasci se ninguém me queria...

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Perguntas


Quantas vezes você andava na rua e sentiu um perfume e lembrou de alguém que gosta muito?
Quantas vezes você olhou para uma paisagem em uma foto, e não se imaginou lá com alguém...
Quantas vezes você estava do lado de alguém, e sua cabeça não estava ali?
Alguma vez você já se arrependeu de algo que falou dois segundos depois de ter falado?
Você deve ter visto que aquele filme, que vocês dois viram juntos no cinema, vai passar na TV...
E você gelou porque o bom daquele momento já passou...
E aquela música que você não gosta de ouvir porque lembra algo ou alguém que você quer esquecer mas não consegue?
Não teve aquele dia em que tudo deu errado, mas que no finzinho aconteceu algo maravilhoso?
E aquele dia em que tudo deu certo, exceto pelo final que estragou tudo?
Você já chorou por que lembrou de alguém que amava e não pôde dizer isso para essa pessoa?
Você já reencontrou um grande amor do passado e viu que ele mudou?
Para essas perguntas existem muitas respostas...
Mas o importante sobre elas não é a resposta em si...
Mas sim o sentimento...
Todos nós amamos, erramos ou julgamos mal...
Todos nós já fizemos uma coisa quando o coração mandava fazer outra...
Então, qual a moral disso tudo?
Nem tudo sai como planejamos portanto, uma coisa é certa...
Não continue pensando em suas fraquezas e erros, faça tudo que puder para ser feliz hoje!
Não deite com mágoas no coração.
Não durma sem ao menos fazer uma pessoa feliz!
E comece com você mesmo!!!
Martha Medeiros

ENTRE AMIGOS


12 de abril de 1999

Para que serve um amigo? Para rachar a gasolina, emprestar a prancha, recomendar um disco, dar carona pra festa, passar cola, caminhar no shopping, segurar a barra. Todas as alternativas estão corretas, porém isso não basta para guardar um amigo do lado esquerdo do peito.

Milan Kundera, escritor tcheco, escreveu em seu último livro, "A Identidade", que a amizade é indispensável para o bom funcionamento da memória e para a integridade do próprio eu. Chama os amigos de testemunhas do passado e diz que eles são nosso espelho, que através deles podemos nos olhar. Vai além: diz que toda amizade é uma aliança contra a adversidade, aliança sem a qual o ser humano ficaria desarmado contra seus inimigos.

Verdade verdadeira. Amigos recentes custam a perceber essa aliança, não valorizam ainda o que está sendo contruído. São amizades não testadas pelo tempo, não se sabe se enfrentarão com solidez as tempestades ou se serão varridos numa chuva de verão. Veremos.

Um amigo não racha apenas a gasolina: racha lembranças, crises de choro, experiências. Racha a culpa, racha segredos.

Um amigo não empresta apenas a prancha. Empresta o verbo, empresta o ombro, empresta o tempo, empresta o calor e a jaqueta.

Um amigo não recomenda apenas um disco. Recomenda cautela, recomenda um emprego, recomenda um país.

Um amigo não dá carona apenas pra festa. Te leva pro mundo dele, e topa conhecer o teu.

Um amigo não passa apenas cola. Passa contigo um aperto, passa junto o reveillon.

Um amigo não caminha apenas no shopping. Anda em silêncio na dor, entra contigo em campo, sai do fracasso ao teu lado.

Um amigo não segura a barra, apenas. Segura a mão, a ausência, segura uma confissão, segura o tranco, o palavrão, segura o elevador.

Duas dúzias de amigos assim ninguém tem. Se tiver um, amém.
Martha Medeiros