quarta-feira, 25 de abril de 2012


ENCONTREI SEU CÃO

Hoje encontrei seu cão. Não, ele não foi adotado por ninguém. Aqui por perto a maioria das pessoas já tem vários cães e quem não tem nenhum não quer um cão. Eu sei que você esperava que ele encontrasse um bom lar quando o deixou aqui, mas ele não encontrou. Quando o vi pela primeira vez ele estava bem longe da casa mais próxima, sozinho, com sede, magro e mancando por causa de um machucado na pata.

Eu queria tanto ser você no momento em que parei na frente dele! Então poderia ver sua cauda abanando e seus olhos brilhando ao pular em teus braços, pois ele sabia que você o encontraria, sabia que você não o esqueceria. Poderia ver o perdão nos olhos dele por todo sofrimento e dor que passara na interminável jornada à tua procura. Mas eu não era você. E apesar de minhas tentativas de convencê-lo a se aproximar, os olhos dele viam um estranho. Ele não confiava em mim. Ele não se aproximava.

Então ele se virou e seguiu seu caminho, pois tinha certeza de que o caminho o levaria a você. Ele não entendia porque você não o estava procurando. Ele só sabia que você não estava lá, sabia que precisa te encontrar e que isso era mais importante do que comida, água ou o estranho que poderia lhe dar essas coisas.

Percebi que seria inútil tentar persuadi-lo ou segui-lo. Nem o nome dele eu sabia! Fui para casa, enchi um balde com água, coloquei comida numa vasilha e voltei para o lugar em que o encontrara. Não havia nem sinal dele, mas deixei a água e a comida debaixo da árvore onde ele estivera descansando ao abrigo do sol. Veja bem, ele não é um cão selvagem. Ao domesticá-lo, você tirou dele o instinto de sobrevivência nas ruas. Ele só sabe que precisa caminhar o dia todo. Ele não sabe que o sol e o calor podem custar-lhe a vida. Ele só sabe que precisa te encontrar.

Aguardei na esperança de que voltasse a buscar abrigo sob a árvore, na esperança de que a água e a comida fizessem com que confiasse em mim; assim poderia levá-lo para casa, cuidar do machucado da sua pata, dar-lhe um canto fresco para se deitar e ajudá-lo a entender que você não faria mais parte vida dele. Ele não voltou naquela manhã e a água e a comida permaneceram intocadas. Fiquei preocupada. Você deve saber que poucas pessoas tentariam ajudar teu cão. Algumas o enxotariam, outras chamariam a carrocinha que lhe daria o destino que você talvez achasse que o libertaria de todo o sofrimento pelo qual porventura estivesse passando.

Voltei ao mesmo lugar antes do anoitecer e não o encontrei. Na manhã seguinte, retornei e vi que a água e a comida continuavam intactas. Ah, se você estivesse aqui para chamá-lo pelo nome, tua voz lhe é tão familiar!

Comecei a caminhar na direção que ele havia tomado antes, mas sem muita esperança de encontrá-lo. Ele estava tão desesperado para te encontrar, que seria capaz de caminhar muitos quilômetros em 24 horas.

Horas mais tarde e a uma boa distância do lugar onde o vira pela primeira vez, finalmente encontrei seu cão. A sede já não o atormentava, sua fome fora saciada, suas dores haviam passado, o machucado da pata não o atormentaria mais. Seu cão estava morto. Livrara-se do sofrimento. Ajoelhei-me ao lado dele e amaldiçoei você por não estar ali antes para que eu pudesse ter visto brilho naqueles olhos vazios, nem que só por um instante. Rezei, pedindo que sua jornada o tivesse levado ao lugar que imagino você esperava que ele encontrasse. Se você soubesse por quanta coisa ele passou para chegar lá... E sofri, sofri muito, pois sei que se ele acordasse agora e se eu fosse você, os olhos dele brilhariam ao vê-lo e ele abanaria o rabo perdoando-o por tê-lo abandonado.

Autoria Desconhecida

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Tentando entender meu complicado ser...
As vezes me pergunto quem sou? Menina brincando de ser mulher ou uma mulher que anseia ainda ser menina...?
Não sei, acho que fiz o processo inverso, assumi o papel de mulher ainda menina, suportei dificuldade fui obrigada a ser responsável e séria pelas circunstâncias da vida, muito nova precisei encarar que os contos de fadas não existem e isso me tornou meio dura é verdade. Sofri chorei, mas respirei e dei a volta por cima, hoje depois de "adulta" acho que anseio buscar a menina que não fui e por isso a mulher que devo ser vive a brincar de ser menina que se escondeu em algum porão do meu inconsciente,
Busco um equilíbrio que não vem, não sei quem sou uma mescla do que devia ter sido com o que devo ser vivo buscando não sei o que, numa duvida infinita por algo que nem sei o que é.
Assim sou nem mulher nem menina apenas alguém em busca de si mesma!!!!!!
“Peço desculpa as pessoas no qual eu me recusei a estender a mão, por que sabia que elas tinham capacidade de se levantarem sozinhas, peço desculpa as pessoas no qual eu feri com a minha sinceridade, por que eu sabia que seria melhor ferir com uma verdade do que com uma mentira, peço desculpa as pessoas que me ajudaram e eu nunca disse um obrigada, por que sabia que um dia eu poderia demonstrar a minha gratidão com um gesto bem melhor & maior que uma simples palavra de agradecimento, peço desculpa as pessoas que me escutaram quando eu precisei, mais quando elas precisaram de mim eu somente ouvi & nada falei, por que sabia que em um momento difícil ter alguém que possa te ouvir as vezes é suficiente, peço desculpa as pessoas no qual me amaram e eu me recusei a entregar o meu amor a elas logo de cara, por que sabia que elas conquistariam isso com o tempo...”
Liih Oliveira.